Milena Serro

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Para começo de conversa

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News #1

jan 10, 2025
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Essa news já estava pedindo para nascer há alguns meses. Confesso, empurrei com a barriga. Parte de mim estava presa em uma história de que que só poderia tirá-la do coração quando tivesse todas as respostas para minhas inquietações e dilemas, quando tivesse 100% de certeza de como ela iria se desenrolar. Doce ilusão.

Não só as respostas não vieram, como as inquietações não cessaram. Muito pelo contrário: elas só aumentaram, a ponto de me esgotarem, me sufocarem. Caso você esteja se perguntando sobre o que são essas inquietações, eu te digo: sobre a escrita.

Escrevo desde que me entendo por gente. Ali pela adolescência, comecei a ter na escrita uma fiel companheira. Uma válvula de escape. Um lugar para me encontrar comigo mesma. Uma forma de dar vazão a tudo que sentia e não conseguia expressar em voz alta. Um espaço para lidar com dores, amores, medos e anseios. Um lugar para me encontrar comigo mesma e, ao mesmo tempo, me conectar com os outros. Bilhetes e cartas eram minha ponte de afeto com os amigos.

unknown person writing
Photo by Marcos Paulo Prado on Unsplash

Não por acaso, a escrita virou meu ofício quando decidi ser jornalista. Claro, com outras cores, outros tons, outras melodias. Minha escrita passou a ser dedicada a reportagens, releases, artigos, textos institucionais.

Ainda assim, aquela escrita visceral nunca me abandonou. Ela continuava viva nos meus blogs secretos e naqueles que entreguei ao mundo, marcando momentos importantes da minha vida: quando decidi fazer um intercâmbio em Londres, quando passei por um processo de emagrecimento e me apaixonei pela corrida, e quando entendi que o jornalismo já não me encantava mais, começando a migrar para o caminho do desenvolvimento pessoal.

Mais uma vez, a escrita ganhou novos tons, novas cores. O tal do marketing digital parecia ser a (única) forma de atrair clientes. Agora, precisava escrever para ser vista, para mostrar que eu sabia do que estava falando. Para criar autoridade. Para vender. Posts no Instagram, no LinkedIn. Roteiros de vídeos, de lives. Copy, gatilhos, algoritmos. "Tem que ser assim, tem que ser assado." Eu tentava resistir, mas caía no limbo.

Abre aspas: escrevi sim muita coisa genuína. Muita coisa que me orgulho. Inclusive um livro (mas isso é papo para outro dia). Fecha aspas.

O fato é que nesses 5 anos empreendendo, me perdi muitas vezes. As vozes externas falavam mais alto que as internas. Quando dava por mim, lá estava eu de novo seguindo o que mais novo guru dizia que daria resultado.

Não vou ser hipócrita. Dá sim resultado. Mas a que preço? É difícil escrever sobre isso sem me envergonhar. Os resultados me custaram caro. Nem sempre eles vinham com uma sensação gostosa. Às vezes eles tinham sabor de culpa, de desconexão.

Estou escrevendo no passado, mas esse é um dilema ainda muito presente. Foi ele que me sufocou no finalzinho do ano passado. Quando eu entrava nas redes e pensava: "Que merda… Que merda…" Eu não aguentava mais ver tanto conteúdo que machuca, que ativa os piores gatilhos, que conversa com todos os seus sabotadores, que faz você se sentir uma merda o tempo todo. Que faz você querer desistir porque não quer jogar esse jogo.

E, em alguma medida, eu também contribuía para esse jogo. Eu também odiava o jeito como estava escrevendo (de novo: não o tempo todo, mas boa parte do tempo).

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Pausa.

Eu precisava de uma pausa ou ia surtar. Foi esse o tom da conversa que tive comigo mesma no dia 24 de dezembro. Ou eu apagava as redes sociais do celular e me desligava de tudo por um tempo, ou continuaria amargurada, irritada, querendo mandar tudo para aquele lugar.

O recesso batendo na porta foi a oportunidade perfeita. Apaguei tudo e, em poucos dias, percebi como a vida pode ser mais leve longe desses ambientes. (Eu eu tenho 100% de consciência de que o problema não é a rede, mas a forma como eu a usava).

A escrita também me salvou nesse momento de pausa. Não a escrita em si, porque escrevi pouquíssimo, mas a lembrança do que ela representa na minha vida. Do lugar que ela ocupa. Da forma de escrita que me realiza, que me inspira, que me conecta. Eu comecei a me reconectar com essa escrita. Essa escrita que transborda do coração e da alma.

Foi então que eu entendi que uma das respostas às minhas indagações era ter um espaço para escrever mais, escrever em profundidade. Pelo amor de Deus, escrever sem regras. Sem pressa. Com calma. Com alma. Escrever para me conectar. Comigo e com você. Para ser um ponto de encontro. Pra gente conversar. Sobre os nossos encontros e desencontros. Sobre nossas travessias e dos nossos atravessamentos.

Para você que está chegando agora, deixa eu contextualizar: isso tudo faz parte do meu ofício. Me fascina entender os nós que nos afastam e como desatá-los. Como transformar esses nós em laços. Comunicação e Relacionamentos na veia. É com isso que trabalho há cinco anos, sob diferentes formas: mentorias, palestras, treinamentos, workshops.

Veja, hoje tenho muito mais perguntas do que respostas sobre como esse espaço funcionará, mas sei das minhas intenções:

  • CONEXÃO! Desejo que este seja um espaço para conversas sobre os encontros e desencontros, e tudo que acontece no meio disso.

  • Definitivamente, este não será um espaço para dar dicas, passo a passo ou hacks milagrosos. Este é um espaço de compartilhamento, de reflexão, de juntos construirmos sentidos das nossas experiências.

  • Claro que esse espaço também será usado para compartilhar os meus movimentos profissionais. Não daquele jeito tradicional a que estamos acostumados nas redes sociais. Estou farta deles, e você também deve estar.

  • Por ora, vamos nos encontrar quinzenalmente. Sem dia/horário fixo. Então, sugiro que você se inscreva para recebê-la direto no seu e-mail.

  • Mudanças podem e devem acontecer. Mas vamos conversando sobre elas no caminho.

E te deixo um pedido especial: pelo amor de deus, não me deixe falando sozinha. Risos. Comente, seja clicando em algum lugar aqui na tela ou respondendo este e-mail. Eu vou ler e responder com muito carinho!

Nos vemos na próxima quinzena.

Um abraço gentil,
Milena.

Comunicação, relações humanas e otras cositas más. Quinzenalmente, na sua caixa de entrada:

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